Estudos Bíblicos Adolescentes: Como Falar com os Adolescentes sobre Pressão do Grupo

Estudos Bíblicos Como Falar com os Adolescentes sobre Pressão do Grupo

COMO-FALAR-COM-ADOLESCENTES

    Parece que todo mundo gosta de descer o cacete em pressão do grupo hoje em dia. É só passar de carro por uma dúzia de adolescente que estão batendo papo no estacionamento de uma loja muito tempo depois da hora de fechar. Ao vê-los empoleirados no capô dos seus carros, baforando todos os tipos de fumo (alguns legais, outros ilegais), é quase inevitável não olhar feio pela janela do carro e dizer algum chavão sobre adolescentes e pressão do grupo.

     Existem motivos para suspeitar que a pressão do grupo tem algo a ver com este comportamento.

    Certamente uma dúzia de jovens não se reúne em um estacionamento escuro, numa noite quente e úmida, para gastar três horas perguntando: “Bem, o que vocês, caras, querem fazer?” porque é um barato. A pressão do grupo leva as pessoas a fazer coisas muito estranhas. Qualquer um que já tenha pintado o cabelo de verde e amarelo ou comprado uma pedra de estimação terá de admitir isto.

Por outro lado, tenho minhas dúvidas se a condenação automática e geral da pressão do grupo, como culpada por tudo, da puberdade ao uso de drogas, não é um pouco contraproducente. Talvez estejamos gastando tanto tempo pondo a culpa de tudo na pressão do grupo, que alguns dos nossos jovens começaram a concluir que o desastre da pressão do grupo é inevitável. Eu quase acho que conselheiros escolares, pais e líderes de jovens falam tanto e de modo tão negativo da pressão do grupo, que os adolescentes se sentem pressionados a ceder de vez àquela pressão.

Para não cairmos nas mesmas advertências de antigamente (“Se lhe dissessem para pular no fogo, você pularia no fogo?”), pode ser útil pensar um pouco mais profundamente neste problema que gostamos tanto de odiar.

 

    A Quem Estamos Tentando Enganar? 

 

    Para começar, admitamos que a pressão do grupo não começou com esta geração de adolescentes. Afinal de contas, você já ouviu falar de calças boca de sino, cabelo à moda dos hippies, engolir peixinho vivo e bambolês.

    Também deveríamos ser suficientemente honestos para admitir que a pressão do grupo não afeta somente os adolescentes. Nossas preferências “adultas” por moda, estilo de vida, carros e casas são moldadas de modo permanente e sutil pelo nosso desejo de não ficar para trás dos vizinhos. Por exemplo, uma companhia de cruzeiros marítimos fez propaganda das suas viagens transatlânticas apelando quase só ao nosso desejo de impressionar nossos semelhantes: “Puxa vida! Se seus amigos pudessem vê-lo agora, eles não acreditariam!” Duvido que esta campanha de publicidade esteja dirigida para adolescentes; ela tem os pais deles por alvo.

    Às vezes, quando falamos aos adolescentes sobre pressão do grupo, fazemos de conta que para nós adultos isto é coisa do passado. Não enganemos a nós mesmos ou insultemos nossos estudantes. O desejo de impressionar e agradar os colegas é comum a todas as idades.

 

È Só Dizer Não?

    Se conseguirmos ver os efeitos da pressão do grupo em nossa própria vida, talvez consigamos entender melhor as tremendas lutas que os adolescentes muitas vezes encaram com a pressão do grupo. Sabemos a partir de pesquisas que a emoção mais intensa que jovens de igrejas sentem é ódio de si mesmo – a sensação de que simplesmente não estão à altura dos outros, que ninguém seria capaz de gostar deles do jeito que são.

    Não podemos nos dar ao luxo de subestimar o desejo intenso dos adolescentes e jovens de serem estimados e seu senso profundo de que, do jeito que são, são indesejáveis. Quando falamos com uma menina de catorze anos com acne no rosto, notas esculhambadas na escola, a vida social de um vírus e formas que fazem a boneca Barbie parecer gorda, precisamos entender que, para ela, não parece fazer sentido esse negócio de “saia dessa e seja você mesma”. Campanhas que incentivam os adolescentes a “simplesmente dizer não” à pressão do grupo são bem-intencionadas mas, em face das lutas deles com autoaceitação e medo de rejeição, a palavra simplesmente soa quase cruel.

 

A Galera Já Era

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    O pesquisador canadense Donald Posterski descobriu que a fonte principal de satisfação dos estudantes de segundo grau é um grupo pequeno de amigos íntimos – não a popularidade com muita gente, mas intimidade com alguns poucos. De modo semelhante, temos visto nos estudantes dos Estados Unidos uma mudança da estrutura social de “na galera”/”fora da galera” da década de 1960.

    Com mais famílias se deteriorando e a tecnologia cada vez mais despersonalizante, o adolescente de hoje tende a se conformar a um grupo pequeno de amigos com quem sente afinidade. Se este grupo consiste de tipos atléticos, o conformista será um atleta. Se for um grupo de internautas, a pessoa passará a falar a linguagem da “rede”. Esta conformidade, em essência, é o esforço do adolescente de encontrar um grupo de pessoas por quem se sinta aceito.

    Diante deste desafio, será nossa compaixão e não a gozação que estabelecerá a comunicação com os adolescentes. Qualquer debate sobre pressão do grupo deve estar envolto em compaixão, não em sarcasmo. Censurar os jovens por “agir como camaleões” só lhes dá mais um motivo para crer que são uns perdedores.

 

Ajudando os Adolescentes a Se Sentirem Aceitos

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    Levando as descobertas de Posterski em consideração, teremos uma idéia de por que a pressão do grupo é tão forte para a maioria dos adolescentes. Na conformidade eles saboreiam uma porção de coisas pelas quais anseiam: aceitação (enquanto seguirem as regras do grupo), senso de pertencer (“Esta é uma família com que posso contar”) e a confiança de que estão à altura das expectativas de alguém (confiança que raras vezes sentem em casa, na escola, no campo dos esportes ou na igreja).

    Uma das melhores maneiras de ajudar os estudantes a reagir à pressão do grupo é criar no grupo de jovens uma atmosfera que provê o mesmo tipo de “benefícios” que eles sentem em grupos mais negativos de colegas. Estamos fazendo com que nossos grupos de jovens sejam lugares em que eles se sentem aceitos? Ou será que convidamos pessoas novas e as deixamos embaraçadas na primeira reunião, perguntando: “Quem trouxe sua Bíblia?” Os adolescentes sentem que a mocidade da igreja é um lugar em que são recebidos com carinho, apesar de todas as suas fraquezas? Ou será que eles percebem a atitude que diz: “Só venha para cá depois de ter melhorado seu comportamento e lidado com sua falta de fé”?

Transmitir aceitação a um adolescente não é a mesma coisa que transmitir aprovação de tudo o que ele faz. Significa isto sim, que compreenderemos e aceitaremos os adolescente quando agem como tais.

Ser Religioso É Ser Esquisito?

     Uma das principais razões por que os adolescentes temem ir contra a pressão do grupo é que não querem parecer esquisitos, caretas ou fanáticos por Jesus. Para lidar com esta preocupação será preciso ter um pouco de sensibilidade genuína, porque há uma tensão envolvida aqui.

Todos nós gostaríamos de acreditar que a melhor maneira de entusiasmar as pessoas por Jesus é simplesmente sendo uma pessoa comum, encaixando-se com todo mundo na escola, mas continuando a ser cristão. A lógica é que não seremos boas testemunhas de Jesus se parecemos como algum tipo de religioso fanático, por isso precisamos dar um jeito de nos harmonizar com nossos colegas. Há um fundo de verdade nesta idéia:provavelmente não faremos nenhum grande favor à causa de Cristo sendo esquisitos ou irritantes, só para sermos diferentes.

     Mas há um sentido em que viver com coerência como cristãos nos fará diferentes da maioria das pessoas à nossa volta. Se a maioria das pessoas está boiando ao sabor da correnteza e nós começamos a velejar rio acima, alguns acharão que somos esquisitos, mas para tomarmos posição e sermos semelhantes a Cristo – Prestamos um desserviço aos nossos jovens se desconsideramos qualquer um dos dois lados desta tensão. Manter os dois lados em equilíbrio não é uma mensagem que a maioria dos jovens gosta de ouvir, mas não há como contornar facilmente esta parte essencial do evangelho.

    Provavelmente a melhor maneira de mostrar aos jovens que podemos ser cristãos sem sermos indesejáveis, pouco atraentes e sem graça é deixá-los ver o equilíbrio em nossa própria vida. Isto pode ajudar a desfazer a noção de que a única maneira de ter uma personalidade conquistadora é fazendo um desvio em torno do cristianismo e caindo no mesmo passo dos colegas.

E a Pressão dos Irmãos?

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    Ao falarmos com os jovens sobre pressão do grupo, talvez deixemos de ver que a maioria dos adolescentes aprende um monte sobre conformação simplesmente indo à igreja. Eles aprendem muito cedo que há uma “maneira certa” de se vestir e um “tipo certo” de música para louvar a Deus. Eles aprendem que não se espera deles que compartilhem de verdade e honestamente suas dores e dúvidas, que só devem ser suficientemente “cristãos” para encaixar-se na comunidade.

     Muitas vezes queremos que nossos estudantes sejam não conformistas somente em parte. Não queremos que eles sejam muito radicais. Queremos que eles resistam à pressão do grupo o suficiente para não usarem drogas ou terem relações sexuais. Mas observe como nós nos opomos quando um jovem se rebela contra o estilo de vida de classe média ou o sonho dos pais e decide mandar a carreira de médico às favas e usar o caro diploma universitário para servir a Cristo no campo missionário!

    Em certo sentido, Jesus foi crucificado porque não se conformou nem às pessoas não religiosas nem às pessoas religiosas. Sua única lealdade era com o reino de Deus. Quem mantém este tipo de lealdade tende a tornar-se radical – o que provoca calafrios nos esquentadores de bancos da igreja.

 

Transformação de Dentro para Fora

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    Quando citamos Romanos 12.2, exortando os estudantes a não serem conforme este mundo, trata-se de uma mensagem necessária. Mas seria melhor ler a frase toda: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente”, O antídoto para a conformação ao grupo é a transformação por Cristo.

    Qualquer tentativa de conseguir que os adolescentes “simplesmente digam não” aos colegas fracassará se não reconhecer este fato: os adolescentes não dirão “não” de verdade a algo antes que tenham dito um “sim” sincero e genuíno a algo ou Alguém.

     Portanto, quando falamos a adolescentes sobre pressão do grupo, devemos nos concentrar em incentivá-los a dizer “sim” a Jesus em vez de importuná-los para que digam “não” a alguma outra coisa. Não podemos esquecer esta prioridade.

Fazendo as Pazes com a Pressão do Grupo

     A pressão do grupo pode ser nossa aliada. Todos os fatores que tornam a pressão do grupo uma força poderosa para o mal também a tornam uma força poderosa para o bem. Muitos adolescentes moveram-se em uma direção positiva espiritualmente não porque começaram individualmente como discípulos-colunas e entusiasmados, mas porque em conjunto puderam apoiar-se mutuamente na caminhada de fé. Não há dúvida de que isto era uma das coisas que Paulo tinha em mente quando escreveu aos coríntios: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Co 11.1).

    Para dizer a verdade, não queremos que nossos estudantes firmem sua fé somente na devoção do grupo. Mas isto pode ser um ponto de partida razoável e útil.

     Dito tudo isto, provavelmente não poderemos galvanizar nossos estudantes de modo tão completo que sejam totalmente insensíveis à pressão do grupo. Porém podemos ser sábios em usar a reação dos jovens à pressão do grupo de maneira positiva.

Duffy Robbins

    Duffy Robbins é diretor do Departamento de Ministério com Jovens no EasternCollege, em St. Davids, Pennsylvania, nos Estados Unidos. Palestrante e escritor popular, trabalhou com grupos de jovens em RhodeIsland e Kentucky.

fonte: livro serie teen.. volume 01

 

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