ESTUDOS BIBLICOS: PEREGRINAÇÕES PELO DESERTO (NM 13 -20)
ESTUDOS BIBLICOS: PEREGRINAÇÕES PELO DESERTO (NM 13 -20)
Após um ano no monte Sinai, os israelitas partiram para Cades, situada na fronteira sul da terra prometida. Receosos de entrar, voltaram e vagaram pelo deserto ao sul e ao leste, até que toda aquela geração morresse. Não viajavam o tempo todo, mas ficavam em certos pontos com os rebanhos que pastavam pelas colinas ao redor. Quando a nuvem se ergui, marcavam. Finalmente, aproximaram-se de Canaã pelo lado leste do mar Morto.
Pensamos nos anos perdidos, saindo de Cades e voltando a Cades, porque não quiseram crer em Deus. Depois de dois anos no deserto, os filhos de Israel poderiam ter entrado na terra prometida imediatamente, não fosse o pecado da incredulidade. Eles deram ouvidos às palavras desanimadoras da maior parte dos espias. Quando esses homens voltaram e lhes falaram dos gigantes na terra e das cidades cercadas de altos muros, o coração deles desfaleceu. Não quiseram ouvir Josué e Calebe, que concordaram com tudo o que os dez disseram, mas acrescentaram: “Eia! Subamos e possamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela” (NM 13.30). O povo, entretanto, preferiu não confiar em Deus e respondeu: “Voltamos para o Egito” (NM 14.4).
Por se recusarem a entrar em Canaã, a porta se fechou para eles. Isso significa peregrinar pelo deserto por quarenta anos. Deus disse que não permitiria a entrada em Canaã dos que tivessem mais de 20 anos de idade, exceto Josué e Calebe.
No começo, a jornada do Sinai a Cades fora rápida e alegre. Depois sobreveio a dúvida e a demora. O povo, em sua hesitação, teve de peregrinar pelo deserto, desperdiçando longos anos. Com tristeza, Moisés lhes recordou o seguinte: “o tempo que caminhamos, desde Cades-Barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumisse do meio do arraial, como o SENHOR lhes jurara” (DT 2.14). Estavam a onze dias apenas da terra prometida! Mas voltaram. Poderia ter feito onze dias de progresso, no entanto escolheram quarenta anos de peregrinação.
Deus abre portas, e ninguém pode fechá-las; fecha-as, e ninguém pode abri-las (IS 22.22; AP 3.8). Deus abriu a porta, e 3 milhões de pessoas saíram do Egito; fechou-a quando os egípcios as perseguiram.
Deus tirou os filhos de Israel do Egito a fim de leva-los a Canaã. Ele não queria que apenas saíssem do Egito; desejava que entrassem na terra que mana leite e mel. Poderiam ter feito isso em não mais do que duas ou três semanas. Os espias fizeram a viagem de ida e volta em quarenta dias. Como já vimos, o medo os impediu de possuir a terra.
Muitas vezes, nosso medo nos impede de desfrutar de tudo o que Deus nos quer dar. Tememos o que os outros possam dizer. Tememos o que possa acontecer se pusermos nossa confiança inteiramente em Cristo.
Um dos relatórios dos espias afirmava que havia gigantes na terra e que os israelitas eram gafanhotos aos seus próprios olhos (NM 13.33). Esse relatório é a história de muitos cristãos e, em parte, a história de todas as pessoas. Os gigantes do egoísmo e da avareza, muito mais forte do que os anaquins, povo grande, numerosos e altos, impedem o nosso avanço (DT 2.21). Mas, no final das contas, permanece o fato de que aquele que está conosco é mais forte do que eles!
Como os dez, podemos ser pessimistas; ou, como os dois, otimistas. Como os dez, podemos interpor as dificuldades entre nós e Deus e dizer que não somos capazes; ou, como os dois, podemos pôr Deus entre as dificuldades e nós e dizer que somos capazes!
Começamos com grandes esperanças no entusiasmo do nosso primeiro amor. Adiante está a terra de possibilidades e realizações. Então os gigantes aparecem – gigantes da oposição e do medo. Nossa fé vacila, e esquecemos de Deus. Comparamos nossas dificuldades com nossas próprias forças, em vez de confiá-las ao abraço forte de Deus. Então voltamos ao deserto da meia-confiança, da meia-vitória e do desespero completo.
O capítulo 33 de Números é o doloroso roteiro dessa viagem. “Partiram de Hazerote e acamparam-se em Ritmá; partiram de Ritmá e acamparam-se em Rimom-Perez e acamparam-se em Libna” (NM 33.19,20) e assim por diante, até o fim desse melancólico capítulo! Caminhando, caminhando, armando tendas, partindo, sem nunca chegar a lugar algum. Um círculo infindo de caminhadas sem objetivo e sem êxito. Quando duvidamos de Deus, é também nossa experiência. Sentimo-nos derrotados e desanimados, vagamos em círculos sem realizarmos nada.
Antes de essa cena terminar, vemos Israel murmurando de novo, agora por causa da falta de água. Queixou-se amargamente a Moisés e Arão e disse que desejaria nunca ter saído do Egito. Naquela terra seca e tórrida, não havia água para beber. Moisés e Arão foram novamente a Deus, e ele ordenou a Moisés que tomasse sua vara e falasse à rocha diante do povo, e da rocha sairia água. A paciência de Moisés esgotou-se por causa das queixas do povo. Num acesso de ira, ele chamou o povo de rebelde e, em vez de falar à rocha, feriu-a com a vara. A água jorrou, e, mesmo tendo ele desobedecido, Deus foi fiel e cumpriu sua promessa. Aquela corrente de água ainda pode estar fluindo. Nessa mesma região, o exército turco estendeu uma linha de canos e abasteceu-se durante a Primeira Guerra Mundial. Cades-Barnéia é um belo oásis, e ali se encontraram as ruínas da antiga cidade de Cades.
Não é triste saber que os próprios filhos de Deus falhem ao serem provados? O erro de Moisés foi grande, mas mostra que ele era igual a nós. Moisés tomou o lugar de Deus. “Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água dessa rocha para vós outros?” (NM 20.10). Isso foi uma desonra para Jeová. Pelo fato de Moisés ter ferido a rocha pela segunda vez (V. primeira vez em ÊX 17.5,6), em vez de falar a ela, não lhe foi permitido entrar na terra. Cristo, como a rocha, deveria ser ferido uma só vez por nossos pecados (1CO 10.4). Não precisa ser ferido novamente.
Certo rabino, no Talmude, diz que há três modos de se conhecer os homens:
Por sua taça;
Por seu dinheiro;
Por sua ira;
O mau comportamento à mesa revela má cultura; a má conduta nos negócios revela a falta de escrúpulos, as más palavras produzidas pela ira revelam o homem vil.
A VARA DE ARÃO FLORESCE
Uma das coisas importantes que ainda não discutimos é o incidente do capítulo 17 de Números. O sacerdócio de Arão tinha sido questionado, por isso o próprio Deus deveria confirmá-lo. Moisés reuniu 12 varas, uma para cada líder de cada tribo, e à noite colocou-as na tenda da congregação. Deus pôs vida na de Arão. Do mesmo modo, vemos que todos os fundadores das religiões do mundo morreram – o próprio Cristo morreu -, mas somente ele ressuscitou dos mortos e foi exaltado para ser nosso sacerdote (HB 4.14; 5.4-10).
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